Consumo de café se mantém em alta

Consumo de café se mantém em alta

No entanto, Leste Europeu passará por desafios no próximo trimestre por conta da guerra

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A cafeicultura enfrentou desafios que vão do campo à xícara. O consumo de café, portanto, foi pauta no mercado nos dois últimos anos de pandemia, de acordo com o Portal Notícias Agrícolas.

Conforme a Abic – Associação Brasileira da Indústria do Café, relatório do Rabobank mostrou 0,6% na demanda global por café no primeiro trimestre de 2022. Isso em relação ao mesmo período em 2020. Entretanto, a busca pelo produto foi mais expressiva com alta de 9% no Reino Unido e 4,6% nos Estados Unidos. No Japão a alta foi de 5,1%, comparado ao ano passado.

Diante destes dados e das incertezas, o cenário se mostra positivo, mas a Abic destaca que os índices ainda estão longe dos níveis pré-pandemia. “Mas apontam que o mercado segue forte, mesmo com o complicado cenário internacional, especialmente, no que diz respeito à guerra entre Rússia e Ucrânia. Os países envolvidos no conflito do leste europeu devem continuar com dificuldade de importações”, afirma a associação.

Balança Global

As análises do banco holandês estimam que a balança global da oferta de café passe de um déficit de 5,1 milhões de sacas de 60 quilos, observado entre outubro e setembro da safra 2021/2022, para um superávit de 1,7 milhão de sacas na safra 2022/2023.

Neste mesmo período, o banco trabalha com redução nas importações da China. Consequência das novas restrições e lockdown diante do aumento de casos confirmados da Covid-19. Os dados mostram que os dois países terão demandas de 25% a 50% nos próximos três meses.

Consumo interno de café tem queda mínima

Dessa forma, o diretor executivo da Abic, Celírio Inácio da Silva, informou ao Notícias Agrícolas que no acumulado do ano o consumo de café registrou apenas 0,1% de baixa. Esta queda é mínima, visto o cenário pandêmico do país e em volume representa três mil sacas.

Ele também explicou que, atualmente, a Abic acompanha por meio de dois sistemas, o de produção – que não significa necessariamente que aquele volume foi comercializado e também pelo sistema “Horus” – que se tratam das informações repassadas pelos pontos comerciais.

Os números da Associação demonstram que, apesar da crise que afetou toda cadeia da cafeicultura – antes e depois da porteira -, o consumo de café no mercado interno se manteve firme.

Além disso, o Brasil fechou o ano com o consumo de 21,5 milhões de sacas, o que representou alta de 1,71%. Neste período, o único alerta oficial da Abic foi em dezembro de 2021, justamente quando os preços subiram 40% para o consumidor final, com registro de queda de aproximadamente 14%.

Por fim, Celírio conclui dizendo: “tecnicamente não tivemos queda de venda, apesar do mercado ter se assustado com a alta nos preços. O café tem um elemento específico que é o consumidor reagindo na primeira compra, na segunda, se necessário, ele procura por outra marca”, explica.


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