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Presidente da Cooxupé

Cooperativismo: princípios que transformam e geram evolução

Movimento cooperativista faz a diferença na vida dos cooperados, além de gerar transformação social, econômica e ambiental onde as cooperativas estão presentes

O cooperativismo é uma atividade socioeconômica que existe desde 1844, com os primeiros registros na Inglaterra, quando tecelões se uniram em busca de alternativas de trabalho ao serem ameaçados pela crescente substituição das máquinas a vapor, impactando toda a classe operária.

Além dessas informações, o Sistema OCEMG ainda conta que estes tecelões criaram um pequeno armazém cooperativo e profissionalizaram em pouco tempo, gerando renda e evolução na vida destes, então, cooperados.

No Brasil

Já no Brasil, a Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB aponta que a cultura da cooperação é observada desde a época da colonização portuguesa, no entanto estimulada por funcionários públicos, militares, profissionais liberais, operários e imigrantes europeus.

A entidade diz que o movimento em nosso país iniciou oficialmente em 1889, em Minas Gerais, por meio da fundação da Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto, voltada para o consumo de produtos agrícolas.

Assim, outras cooperativas, de diversos segmentos, foram surgindo no estado mineiro e, também, em Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Dentro deste universo cooperativista, em Minas Gerais, está a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé, a nossa Cooxupé. Hoje representamos mais de 16 mil famílias cafeicultoras – a maioria com perfil de mini e pequenas produtoras – que encontram no cooperativismo e na cafeicultura geração de renda, desenvolvimento, sustentabilidade e evolução.

Há 89 anos, a Cooxupé vem desempenhando suas atividades no cooperativismo regional, sempre enaltecendo esta bandeira que faz muita diferença na vida dos cooperativados.

Isto porque, assim como a OCB, partilhamos da ideia de que o cooperativismo é mais do que um modelo de negócios. Pois, é uma filosofia de vida que busca transformar o mundo em um lugar mais justo, feliz, equilibrado e com melhores oportunidades para todos.

Um caminho, segundo a Organização, que mostra que é possível unir desenvolvimento econômico e desenvolvimento social, produtividade e sustentabilidade. Além disso, o individual e o coletivo, quando pessoas se juntam em torno de um mesmo objetivo, em uma organização onde todos são donos do próprio negócio.

Desempenho no mundo e no Brasil

Para se ter uma ideia da importância deste movimento, destacamos o desempenho do Cooperativismo no mundo todo:

– 2,6 milhões de cooperativas com a geração de 250 milhões de empregos.

– Presente em 100 países, congregando 1 bilhão de pessoas.

– 1 a cada 7 pessoas no mundo pertencem à uma cooperativa.

– Se as 300 maiores cooperativas do mundo fossem um país seriam a 9ª economia mundial. 

(Fonte OCB)

Já no Brasil, o movimento também resplandece sua importância e grandeza. De acordo com o Sistema Ocemg, são 6.828 cooperativas, distribuídas em todos os Estados. A maior concentração, no entanto, está nas regiões sul e sudeste do país. Em Minas Gerais, as 756 cooperativas registradas no Sistema possui participação anual de 9,6% no PIB mineiro. O setor – que agrega quase 2 milhões de associados e mais de 45 mil empregados – movimenta R$ 60,8 bilhões anualmente.

Princípios

É muito importante lembrar que para seguir no cooperativismo é preciso respeitar e, principalmente, praticar os sete princípios que o regem. O Sistema OCB explica com mais detalhes o que significa cada um deles, mas em geral são estes:

1- Adesão Voluntária e Livre

2- Gestão Democrática

3- Participação Econômica dos Membros

4- Autonomia e Independência

5- Educação, Formação e Informação

6- Intercooperação

7 – Interesse pela Comunidade

Não se faz cooperativismo sem ter em nosso DNA todos esses princípios. Destaco aqui que este movimento, permita-me dizer inspirador e apaixonante, não apenas precisa fazer a diferença na vida dos cooperados, como também gerar transformação social, econômica e ambiental onde as cooperativas estão presentes.

Isto porque trata-se de um olhar macro, que vai muito além das paredes do ambiente de trabalho. Um olhar de cuidado, de amor, de responsabilidade. Neste movimento, assim, sentimos a democracia na prática, em que cooperativa e cooperados têm voz, compartilham e comungam das ideias de maneira unida. A OCB encontrou uma classificação muito coerente:

“Não existe cooperativismo sem o compartilhamento de ideias. Ser cooperativista é acreditar que ninguém perde quando todo mundo ganha, é buscar benefícios próprios enquanto contribui para o todo, é se basear em valores de solidariedade, responsabilidade, democracia e igualdade. O cooperativismo tem um jeito único de trabalhar”. 

E, concordamos com esta visão. Cooperativismo vai muito além da geração de renda alinhada a interesses comuns. Pois, este movimento transforma todo o meio em que vivemos, tornando-o sustentável, onde prevalecem valores que nos permitem ter a esperança de um mundo melhor.   


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