Cooxupé comemora 90 anos de cooperativismo neste domingo, dia 24

Cooxupé comemora 90 anos de cooperativismo neste domingo, dia 24

Data é histórica para a cooperativa, que foi fundada em 1932

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O ano de 2022 marca uma data histórica para a Cooxupé: a celebração dos 90 anos de cooperativismo. O aniversário é comemorado em 24 de abril.

Assim, a atuação da cooperativa no cooperativismo é estreitamente ligada ao desenvolvimento dos produtores de café. Isto porque hoje a Cooxupé é formada por mais de 17 mil cooperados, nas áreas de atuação no Sul de Minas, Matas de Minas, Cerrado mineiro e média mogiana do estado de São Paulo.

Desempenho

Dessa forma, o desempenho dos produtores e da cooperativa confere à Cooxupé importantes premiações e reconhecimentos, como: líder no ranking ESG entre as cooperativas do Brasil; ouro no prêmio SomosCoop Excelência em Gestão; a maior cooperativa do ramo agropecuário de Minas Gerais, segundo a OCEMG; dentre outros.

Outro fator que demonstra a força da Cooxupé no cooperativismo é que ao considerar, por exemplo, o recebimento de café da cooperativa em 2021, de acordo com a CONAB, o volume representou 18% da produção nacional de café arábica e 26% da produção deste tipo de café do estado de Minas Gerais.

A criação

A Cooxupé foi fundada em 1932, mas nesta época não se chamava Cooxupé. A fundação veio, primeiramente, como cooperativa agrícola de crédito: a, então, Cooperativa Agrícola de Guaxupé, formada por 23 agricultores.   

Já em 27 de novembro de 1957, sob a então liderança de Isaac Ribeiro Ferreira Leite, foi transformada na Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé. Iniciando a trajetória no mundo do café com as atividades de recebimento, processamento, bem como comercialização de café. Assim, ao se tornar Cooxupé foi impulsionada para uma nova era, buscando constantes inovações, tecnologias e pioneirismo que a transformaram ao longo dos anos em uma referência para a cafeicultura no Brasil e no mundo.

O vice-presidente Aureliano Chaves esteve presente na inauguração das instalações da matriz da Cooxupé, em 1978

Em 1959, assim, a história marca a primeira exportação da cooperativa. Avançando, desde então, as fronteiras mundiais com o embarque de milhões de sacas de café verde para clientes de 50 países em 5 continentes. Esta é, pois, a realidade hoje da Cooxupé, que concentra 80% de suas atividades na exportação do café produzido pelos cooperados.

Primeira exportação de café

A importância do movimento cooperativista

“O movimento cooperativista é o cerne da existência da Cooxupé. Existe cooperativismo em tudo o que fazemos, mas aqui na exportação temos um exemplo muito claro de como acontece”, conta o vice-presidente Osvaldo Bachião Filho.

“A agricultura familiar é a realidade de 97,7% dos nossos mini e pequenos produtores. Ou seja, esta maioria unida – que também responde por mais de 70% do café recebido pela Cooxupé – encontra no cooperativismo a oportunidade de seus cafés avançarem o mundo, além de terem uma participação mais ativa e efetiva nos bons momentos do mercado de café. Possivelmente, estes produtores sozinhos teriam mais dificuldades de acessar o mercado sem pertencer a uma cooperativa”, continua Bachião Filho.

Neste contexto, é válido lembrar que a Cooxupé também é líder brasileira na exportação de café por vários anos consecutivos, de acordo com o ranking do CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil.

Mais cooperativismo

A qualidade do café – natural e cereja descascado – produzido pelas famílias cooperadas vem de mais de 300 municípios da área de atuação da Cooxupé. Ou seja, são áreas brasileiras, reconhecidas pela produção de cafés finos e que já se destacam na preferência do mercado internacional.

Assim, a estrutura da Cooxupé ainda conta com 48 núcleos, filiais e postos de atendimento; um escritório de exportação próprio em Santos; o Complexo Industrial e de Armazenagem Japy, bem como usinas de preparo e demais armazéns. Atualmente, a Cooxupé possui capacidade de preparo de 23 mil sacas por dia e de armazenar mais de 6 milhões de sacas.

Inaugurado em 2012, Complexo Japy da Cooxupé recebe cafés para armazenagem e os prepara para exportação

Além disso, mantém três centros de distribuição de insumos e um REDEX – Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportação, que traz mais agilidade e segurança nos processos de embarque do café.

Curiosidade

Toda produção da cooperativa é café arábica. Ou seja, originário da Etiópia e cultivado pelo mundo todo, este tipo é conhecido como um café mais fino e requintado por sua qualidade superior. Aqui vale uma curiosidade: o arábica está entre as primeiras espécies de café que foram produzidas e seu nome possivelmente vem pelo fato de sua propagação ter vindo da Arábia. 

Cafés especiais

Outra oportunidade que marcou a trajetória da Cooxupé e de seus cooperados é a entrada no mercado de cafés especiais. Ou seja, um nicho bastante concorrido e que traz mais rentabilidade ao produtor. Para isso, a Cooxupé abriu há mais de uma década, a SMC – Specialty Coffees, uma empresa própria que atua somente neste mercado, colocando o café dos cooperados junto a importantes clientes do exterior. Assim, de 2014 para cá, a SMC exportou mais de 700 mil sacas de cafés especiais.

SMC atua no mercado de cafés especiais há mais de 10 anos

Valor agregado

Além de projetos, programas de reconhecimento e de certificações que valorizam ainda mais a atividade cafeeira dos produtores, a Cooxupé mantém uma torrefação própria que, a cada ano avança no varejo do Brasil. Situada em Guaxupé, a torrefadora possui linhas de cafés que chegam ao consumidor nacional em estados como Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Dessa forma, a Cooxupé está sempre de olho em oportunidades que trazem valor agregado à produção dos cafeicultores e que representam na prática o espírito cooperativista.

Nova planta da Torrefação começa atividades no interior do Complexo Japy em 2015

Desenvolvimento das famílias produtoras

Todos os produtores associados da Cooxupé encontram na cooperativa serviços e um trabalho intenso, do plantio à colheita. Tudo para trazer sustentabilidade à atividade do cafeicultor, dentro e fora da porteira.

Dentre os serviços prestados estão a compra diária de café; a liquidez diária; armazenamento com segurança; financiamentos de insumos; a Femagri e a Feira do Cerrado; entre outros. Além disso, há cursos, treinamentos e palestras no campo, e a cooperativa presta assistência técnica gratuita às famílias produtoras, ultrapassando anualmente sempre mais de 60 mil atendimentos nos núcleos ou no campo.

Cooxupé realiza anualmente a FEMAGRI. Benefícios para o produtor no avanço a tecnologias

Gestão que beneficia a todos

A cooperativa também trabalha a questão socioambiental junto aos produtores para que assim, suas atividades fortaleçam não apenas as relações financeiras, mas também a sociedade e o meio ambiente. Por outro lado, é válido destacar a importância de uma gestão absolutamente estratégica e planejada para alcançar os objetivos da cooperativa, beneficiando a todos.

“Por meio do espírito cooperativista, a Cooxupé é hoje uma cooperativa com forte representatividade no mercado mundial de café, produzindo cafés de qualidade e de excelência. A Organização das Cooperativas Brasileiras afirma – e compactuamos com o conceito estipulado por ela – que ser cooperativista é acreditar que ninguém perde quando todo mundo ganha. É buscar benefícios próprios enquanto contribui para o todo. É se basear em valores de solidariedade, responsabilidade, bem como democracia e igualdade”, destaca o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo. 

Matriz da cooperativa, em Guaxupé (MG)

Ele frisa, pois, o jeito único de trabalho exercido pelo cooperativismo englobando as distribuições de sobras aos cooperados, que simbolizam a consistência deste movimento.

“Impactamos a nossa realidade e a do mundo. Transformamos sonhos em realidade. Representamos a voz das nossas famílias cafeicultoras junto aos governos estaduais e federal, defendendo os interesses de nossa classe. Assim, quando alguém fala da Cooxupé, está falando de mais de 17 mil famílias produtoras que, unidas e movidas pela confiança e pelo cooperativismo, transformam a realidade cafeeira do Brasil, conquistando com solidez e credibilidade o mercado externo”, declara Melo.

“Um trabalho sustentável incansável realizado dentro e fora das propriedades. Por fim, parabéns à Cooxupé e a todos os cooperados. Por fim, os 90 anos de cooperativismo da Cooxupé têm o cooperado como o principal protagonista desta história”, conclui o presidente.

Os 7 princípios cooperativistas

– Adesão Voluntária e Livre

– Gestão Democrática

– Participação Econômica dos Membros

– Autonomia e independência

– Educação, formação e informação

– Intercooperação

– Interesse pela Comunidade

LINHA DO TEMPO

90 anos de cooperativismo marcados por conquistas, compromisso e responsabilidade

1932 – Fundação da cooperativa de crédito

1957 – Transformação em Cooxupé e início das atividades com café

1959 – Primeira exportação direta da cooperativa

1963 – Primeira exportação via porto Santos

1978 – Inauguração da matriz, em Guaxupé

1984 – Inauguração Escritório de exportação em Santos

1997 – 1ª edição da FEMAGRI

2005 – Atinge 10 mil cooperados

2012 – Inauguração do Complexo Industrial e de Armazenagem Japy

2013 – Inauguração do Núcleo de Educação Ambiental – NEA

2015 – Inauguração da nova planta da Torrefação

2016 – 1ª edição da Feira do Cerrado / Implantação Programa Especialíssimo

2017 – Inauguração do Centro de Distribuição de Insumos  / Construção de um novo recinto para o REDEX

2018 – Cooxupé é anfitriã do concurso de cafés especiais Cup Of Excellence

2019 – Implantação do Programa de Restituição de Capital por Idade  / SMC completa 10 anos  / Especialíssimo passa a premiar cooperados

2020 – Recebimento recorde de café: 8,1 milhões de sacas, sendo 6,6 milhões só de cooperados

2021 – Distribuição histórica de sobras de mais de R$ 120 milhões aos cooperados / Cooxupé é líder entre as cooperativas do Brasil em ranking ESG   / Grande operação no preparo de 276 contêineres para exportação


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