Especialista avalia que frente fria em julho não deve ser tão intensa

Especialista avalia que frente fria em julho não deve ser tão intensa

Em palestra, Pedro Dias analisou previsões climáticas para o inverno

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Como a previsão do tempo é uma importante aliada para a lavoura, antecipando os riscos, o assunto está sempre na cabeça dos produtores rurais. E pensando em traduzir os recentes eventos bem como antecipar as tendências para o segundo semestre, a Cooxupé realizou na última sexta-feira, dia 24/06, uma palestra virtual com o professor especialista em clima, Pedro Leite Dias da Silva. Ele é do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP. A frente fria, em julho, foi um dos destaques.

Citando o inverno, que acaba de começar no hemisfério sul, ele afirmou, pois, que o volume de chuvas vai se manter abaixo do ideal. Isso pelo menos até outubro. E há perspectivas de que São Paulo, Triângulo Mineiro e a Costa litorânea sintam mais fortemente os efeitos. Levando, assim, ao risco de seca ou a chuvas irregulares.

La Niña

Em relação aos termômetros, eles podem ficar de 2 a 3 graus acima do previsto para a época, por influência do fenômeno La Niña, que interfere na temperatura das águas do pacífico. Entretanto, o professor ressalta que o Oceano Índico (delimitado entre o leste da África, sul da Europa e Oceania) também amplifica os efeitos do fenômeno, gerando uma lógica invertida, que aumenta a temperatura das águas na região, causando anomalias em outras partes do globo.

Por isso, de acordo com o professor, a possibilidade de uma massa de ar polar, que derrubaria as temperaturas bruscamente no começo de julho, não deve se concretizar. “A frente fria que chega ao Brasil em julho não deve ser tão intensa. O sul do Brasil deve sentir com o frio. Mas, nas demais regiões o modelo climático mostra que o frio não deve ser tão intenso”.

Geadas 

Pedro Dias afirma ainda que geadas, como as verificadas no ano passado, não devem se repetir. “A probabilidade de termos geada como em julho do ano passado é pequena no Sudeste, em especial nas cidades mineiras, o que é um alívio para os agricultores”, disse.

O professor também apresentou diferentes modelos climáticos de precipitação. Constatando que entre março e maio deste ano, o volume de chuva ficou bem abaixo do esperado. Isso impacta na agricultura e nas condições dos reservatórios, que refletem em insegurança hídrica e maior custo para a geração de energia. E, diante disso, acrescentou que a situação só deve melhorar a partir de outubro.

Por fim, na conclusão dele, embasada pelos modelos climáticos, 2023 também deverá ser um ano com chuva abaixo do ideal. Assim como temperaturas mais altas na maior parte do ano. A variação deve vir com frentes frias pontuais, entre outono e inverno, que duram poucos dias e causam a queda nos termômetros.


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