Estudo mostra bom desempenho da pegada de carbono do café arábica Foto: Rafael Alves da Rocha / Embrapa

Estudo mostra bom desempenho da pegada de carbono do café arábica

Estudo da Embrapa em parceria com a Cooxupé traz resultados essenciais para o país se posicionar como referência em agricultura sustentável

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A importância do café arábica, alimento mais consumido no Brasil, motivou os cientistas da Embrapa a estudarem o seu sistema de produção agrícola. Nesse sentido, o foco foi estimar a pegada de carbono do café arábica e seu perfil ambiental.

Como resultado, constatou-se que o quilo de café brasileiro emite menos gases de efeito estufa que um dos seus principais produtos concorrentes, o café colombiano.

Pegada de carbono do café arábica

Por meio da parceria com a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) e apoio de especialistas na cultura, as equipes da Embrapa Meio Ambiente e da Embrapa Café caracterizaram os principais sistemas de produção nas principais regiões brasileiras.

Assim, são elas: Mogiana Paulista, Cerrado Mineiro e Sul de Minas.

Em seguida, os inventários do ciclo de vida (ICVs) dessas regiões elaborados. Constatando, dessa forma, que a pegada de carbono do café brasileiro em grão variou de 1,9 a 4,6 kg CO2 eq/kg café. Isto dependendo da região e do sistema de produção adotado, sendo muito mais favorável que a pegada de carbono do café colombiano, de 6,5 kg CO2 eq/kg café, por exemplo.

Os ICVs consistem em inventários de todos os insumos consumidos e as emissões geradas para a produção de 1 kg de café em grãos. Assim, esses ICVs são a base para a estimação da pegada de carbono do produto.

Avaliação internacional

Os inventários dos processos agrícolas foram construídos na ferramenta ICVCalc, desenvolvida pela Embrapa Meio Ambiente, que incorpora os principais modelos internacionais para estudos de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV).

Ao todo, foram construídos seis inventários, representativos dos seguintes sistemas de produção: convencional, da Mogiana Paulista; irrigado e não irrigado, do Cerrado Mineiro; manual, mecanizado e semi-mecanizado, do Sul de Minas Gerais. Todos esses inventários estão depositados no SICV (Banco Nacional de Inventários de Ciclo de Vida, IBICT/MCTI) e são de acesso público.

Segundo Marília Folegatti, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e coordenadora do estudo, as informações geradas, por um lado, podem orientar melhorias nas práticas de campo, para redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).

Por outro lado, podem embasar certificações ambientais, promovendo o acesso a mercados internacionais mais exigentes.

A equipe contou com especialistas em sistemas produtivos de café, como André Dominghetti, da Embrapa Café, e Nilza Patrícia Ramos, da Embrapa Meio Ambiente, que atuaram junto ao setor, buscando representar os processos de produção de café arábica típicos das regiões da Mogiana Paulista e do Cerrado e Sul de Minas Gerais.

Participação dos produtores

Segundo Nilza, a participação efetiva dos cafeicultores, fornecendo informações sobre as operações e os insumos utilizados durante as mais diversas etapas de produção (desde a fase de muda, passando pela de produção de grãos até a renovação do cafezal), foi essencial para a melhor representatividade do estudo, refletindo em números o que realmente acontece no campo.

Diversos outros especialistas em nutrição de plantas, fitopatologia, solos, geoprocessamento e em avaliação de ciclo de vida (ACV) também participaram do estudo.

Leia a matéria completa sobre o estudo na Embrapa.


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