MAPA cria padrão de classificação de café torrado

MAPA cria padrão de classificação de café torrado

Documento lançado pelo Ministério da Agricultura define requisitos de qualidade, amostragem e modo de apresentação do café torrado

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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizou nesta terça-feira (10) a cerimônia de assinatura da Portaria que estabelece o regulamento técnico do café torrado no Brasil.

Assim, o documento, que será publicado no Diário Oficial da União, define o padrão oficial de classificação. Com requisitos de identidade e qualidade, amostragem, modo de apresentação e a rotulagem do produto.

“O importante é que essa normativa não é uma intervenção do governo, ela é uma conquista da cadeia produtiva do café”. Enfatizou o ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Márcio Eli.

Padronização do café torrado

Apesar de o Brasil ser o maior produtor mundial de café e de haver iniciativas de controle por parte do setor privado, não havia ferramenta legal para o controle oficial da qualidade do café torrado. A classificação atende uma demanda apresentada pelo setor.

“O resultado desse trabalho é fruto de alinhamento dos objetivos em conjunto com o setor privado. A regulamentação é um marco importante para o agronegócio brasileiro e para os consumidores apaixonados por esse produto”, ressaltou o secretário de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal.

Commodities

Dessa forma, o Padrão Oficial de Classificação do Café Torrado vai facilitar que o órgão fiscalizador possa verificar e controlar a qualidade. Bem como as condições higiênico-sanitárias e a identidade dos produtos, o que agrega valor ao produto tipo exportação.

De acordo com o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, esse é um grande momento e uma conquista para o café brasileiro. “O que está sendo colocado neste regulamento dá uma condição de fiscalização correta ao agente que está na ponta, segurança para o consumidor e uma clareza para a indústria”.

Como é

Atualmente, na comercialização desse produto, os consumidores baseiam-se na qualidade expressa na embalagem. Ou na fidelidade a uma marca, onde se cria, pois, uma expectativa positiva sobre o café que se pretende consumir.

Dessa forma, pela norma, é considerado café torrado aquele que foi submetido a tratamento térmico adequado. Até atingir o ponto de torra desejado, podendo se apresentar em grãos ou moído.

Assim, a previsão é que a normativa de padronização entre em vigor no dia 1º de janeiro de 2023.

Expectativa do setor

“Essa é a comemoração da primeira fase. Hoje a gente se sente feliz porque essa regulamentação já foi tentada antes e agora estamos vendo que as mudanças propostas são para o bem do setor”, disse o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Celírio Inácio da Silva. A associação representa 84% do setor.

Para o vice-presidente da Comissão de Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Thiago Orletti, a classificação é um marco importante para o agronegócio brasileiro, visto que o Brasil é um produtor de cafés certificados e tem um mercado interno crescente com mais de 22 milhões de sacas produzidas e consumidas no país. “Se somos um grande produtor de café com tanta qualidade, precisamos desse avanço e dessa padronização no setor”, afirmou.

Por fim, também participaram da cerimônia de assinatura o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, Glauco Bertoldo; a coordenadora de Regulamentação da Qualidade Vegetal, Karina Coelho; o diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento, Silvio Farnese; a coordenadora-geral do Café, Janaína Macedo; o coordenador de Produção Agrícola da CNA, Maciel da Silva; o diretor de Relações Governamentais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rogério Castro Vieira; a assistente da CNC, Vanessa Souza; e o advogado da Abic, Felipe Lelis.


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