OIC aprova proposta para novo acordo internacional do café

OIC aprova proposta para novo acordo internacional do café

Entidade contou com apoio do CNC para elaboração de texto que, se aprovado, entra em vigor em 2024

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A cafeicultura mundial dá um importante passo com a elaboração de uma proposta de acordo internacional. Se passar a vigorar, estabelece novas diretrizes mercadológicas a partir de fevereiro de 2024.

O texto, criado pela Organização Internacional do Café (OIC), inclui o setor privado na discussão e na formulação de soluções. Isso, pois, para aprimorar a condição de vida dos cafeicultores. E, desde já, se trata de uma extensão da resolução 465 da OIC, que engloba a crise de preços do café.

A princípio, o documento contou com o apoio de membros do Conselho Nacional do Café (CNC). Eles contribuíram com a força tarefa para o novo acordo, em substituição ao atual, que passou a valer em 2011.

A expectativa, então, é que com o novo acordo a OIC possa englobar os desafios do setor, na esfera pública e privada. Assim, para o fortalecimento no mercado global. Atualmente, mais de 2 bi de xícaras de café são consumidas ao dia no mundo. Sendo que o produto brasileiro responde por aproximadamente 30% dessa fatia.

Contribuição histórica

O presidente do Conselho da OIC, embaixador Iván Romero-Martínez, destacou que com a aprovação do novo convênio, o Conselho marca uma nova era para a entidade. Bem como para o setor cafeeiro mundial e para milhões de cafeicultores. “Uma conquista histórica que reforça o compromisso da OIC em tornar a cadeia mundial do café mais sustentável, inclusiva e resiliente”.

Da mesma forma, ele mencionou a participação de Vanusia Nogueira no encontro. “Temos um momento especial na OIC em razão de que à frente da instituição está a primeira Diretora-Executiva mulher, produtora e exportadora de café. Reafirmando a reorganização da nossa entidade”, completou. 

Sob o mesmo ponto de vista, Vanusia Nogueira lembrou que a OIC somará esforços para desenvolver ações em favor da sustentabilidade no setor. “Graças ao Acordo, a OIC entra em uma nova era de cooperação com o setor privado”.

Ela ressaltou, desse modo, que a inclusão do setor privado mundial na discussão e na formulação de soluções possibilita à cadeia de valor do café enfrentar os crescentes desafios do setor cafeeiro com qualidade, transparência e preços justos para bilhões de consumidores.

Nova ordem mundial

De forma global, o primeiro acordo Internacional do Café foi firmado em 1962, definindo cotas de exportação nas Nações Unidas em Nova York. Posteriormente, de lá para cá, contribuições de diferentes entidades e de governos ajudaram a moldar as regras. Bem como redefinir o sistema de votação interna da OIC, reduzindo possíveis entraves entre países produtores, consumidores, exportadores e importadores.

Em 2020, de acordo com a entidade, a produção mundial ficou em 6,07 mi de toneladas de Arábica (101,16 milhões de sacas de 60 kg). E 4,18 mi de toneladas de café Robusta (69,67 mi de sacas de 60 kg).

Menos de 20 atrás, em 1991, a produção mundial era menor, de 1,74 mi de toneladas de robusta (29 mi de sacas de 60 kg) e 4,34 mi e toneladas de café arábica (72,3 mi de sacas de 60 kg).

Em conclusão, a próxima reunião do Conselho da Organização Internacional do Café vai ocorrer de 3 a 7 de outubro de 2022, em Bogotá, na Colômbia. Momento em que, em síntese, deve ocorrer a assinatura do acordo pelos seus membros.


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