Pandemia causa maior crise portuária dos últimos 65 anos

Pandemia causa maior crise portuária dos últimos 65 anos

Desde o começo do uso de contêineres, mundo enfrenta a maior desestabilização portuária, com 353 navios parados fora dos portos

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A pandemia já causa a maior crise portuária desde o começo do uso de contêineres, há 65 anos.

Matéria do jornal Financial Times publicada pelo Valor Econômico mostra que, hoje, há 353 navios que transportam contêineres parados fora dos portos em todo o mundo.

Isso porque, não há espaço para atracar. O número de navios parados agora é mais que o dobro do registrado no início do ano. Os dados são da firma de logística Kuehne+Nagel.

Ao Financial Times, o executivo-chefe da firma de consultoria Transport Intelligence, John Manners-Bell, explicou que todo o sistema dos portos ficou sobrecarregado nos últimos 12 meses.

“A pandemia da Covid-19 colocou em evidência que os portos precisam desesperadamente de investimentos”, declarou.

Crise portuária

Assim como nos Estados Unidos, onde nos portos de Los Angeles e de Long Beach existem pelo menos 22 navios esperando ancoradouro.

Desta forma, pode levar até 12 dias para que as embarcações possam atracar e descarregar os contêineres.

Tudo isso atrasa o envio para as fábricas, armazéns, lojas e casas.

Como resultado, já há falta de estoques e, também, atraso nas entregas. Portanto, os preços sobem e os consumidores ficam frustrados.

Cenário que se agrava em tempos de pandemia, quando o comércio on-line aumentou a demanda por entregas rápidas.

Pandemia

Durante a crise portuária na pandemia, foram criadas restrições nas fronteiras. Além do distanciamento social e o fechamento de fábricas.

Dessa forma, as tarifas de frete subiram muito nas rotas de navegação entre China, EUA e Europa.

Porém, ainda segundo a reportagem do Financial Times, mesmo antes da pandemia, os portos já se viam pressionados a atualizar sua infraestrutura.

Havia necessidade de automação das operações, além da construção de instalações capazes de receber a nova geração de navios. Embarcações cada vez maiores.

“Não é correto dizer que não havia problemas antes da avalanche de cargas”, disse ao Valor o executivo-chefe do MSC, Soren Toft. O grupo é o segundo maior no transporte marítimo de contêineres do mundo.

Porém, novas obras de infraestrutura levam tempo. Mesmo um guindaste pode levar 18 meses entre a encomenda e a instalação. O que torna difícil para os portos responder a mudanças rápidas na demanda.

Em resumo, a pandemia intensificou a pressão por mudanças. Como resultado, o custo aumentou e houve impactou nas margens de lucro.

Portanto, a maior dúvida é como os portos se adaptarão a possíveis mudanças na demanda dos consumidores após a pandemia.


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