Pesquisa revela participação da mulher no universo do café

Pesquisa revela participação da mulher no universo do café

Embrapa mostra que no total há 88,7 mil mulheres atuando na direção ou codireção de empreendimentos do setor. Isto equivale a 13,2%

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Estudo da Embrapa, baseado em informações do Censo Agropecuário do IBGE, mostra que as mulheres dirigem mais de 40 mil estabelecimentos agrícolas brasileiros com produção de café.

Isto equivale a 13,2% dos 304,5 mil existentes. No total, há 88,7 mil mulheres dirigindo e codirigindo estabelecimentos com café no país.

O estudo ainda aponta que além das dirigentes, há também aquelas que estão na condição de cônjuge em codireção. Assim, são 32.400 mulheres em estabelecimentos com café arábica e 15.700 mulheres em estabelecimentos com café canephora. 

Estabelecimentos

Em relação à área dos estabelecimentos, as mulheres estão responsáveis por 815 mil hectares (ha), o que corresponde, entretanto, a apenas 9,1% do total.

A maior parte das propriedades (72%) encontra-se na Região Sudeste, com pouco mais de 29 mil estabelecimentos rurais. Na sequência vem o Nordeste, que conta com 5.860, ou 14% das propriedades dirigidas por mulheres. O Norte conta com 3.119 propriedades (8%), o Sul com 1.586 (4%) e o Centro-Oeste com 663, equivalendo, assim, a 2% do total.

Os dados sobre gêneros na produção de café são divulgados pela primeira vez.  

Pesquisa Mulheres e Café

O trabalho foi elaborado pelas pesquisadoras Helena Alves, da Embrapa Café, Cristina Arzabe, da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Embrapa, e Margarete Volpato da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), com apoio de Marcelo Oliveira, do IBGE.

Para a pesquisadora Helena Alves, a ausência de mulheres em diversos pontos do setor levou, até recentemente, a uma percepção equivocada. A de que, no Brasil, as mulheres não desempenham um papel relevante na cafeicultura. Para ela, entretanto, é justamente o contrário.

“A contribuição das mulheres ao longo da história tem sido fundamental. Pois, tanto na produção quanto na pesquisa, na gestão, comercialização e em todos os outros setores desse sistema agroindustrial”, afirma.

Ela, ainda, complementa a necessidade de políticas públicas e esforços institucionais para aumentar o acesso das mulheres rurais a bens e serviços. Isto possibilitaria o para o alcance de uma sociedade mais justa e equilibrada.

“Em especial, é necessário focar na meta 5 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 5). Estes preconizam realizar reformas para dar às mulheres direitos iguais aos recursos econômicos. Além disso, o acesso à propriedade e controle sobre a terra e aos recursos naturais, de acordo com as leis nacionais”, ressalta. 

Helena acredita que o empoderamento de meninas e mulheres rurais, bem como de todos os segmentos do sistema agroindustrial do café, é crucial para a erradicação da pobreza. É, também, para o fim da fome, o atingimento da segurança alimentar e nutrição. Ela defende a promoção da boa saúde, bem-estar e educação e para a promoção do desenvolvimento e de uma cafeicultura inclusiva e sustentável.


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