Pesquisadores sequenciam o genoma do bicho mineiro do cafeeiro

Pesquisadores sequenciam o genoma do bicho mineiro do cafeeiro

Avanço permitirá o desenvolvimento de bioprodutos para o controle da pior praga da cultura

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O conhecimento vindo deste estudo sobre o bicho mineiro permitirá o uso de ferramentas genéticas e bioprodutos capazes de reduzir ou substituir inseticidas químicos nas lavouras. Assim, ajudará a atender produtores de cafés convencionais e orgânicos.

O bicho mineiro é considerado, hoje, a praga mais disseminada nos cafezais em todo o mundo. Bem como provoca perdas que podem chegar a 70% da produção.

Assim, o controle químico tem provocado a seleção de linhagens mais resistentes dessa lagarta, tornando a prática cada vez menos eficaz. Portanto, cientistas criaram protocolos para extração de DNA e RNA do inseto e desenvolveram método para determinar o seu sexo.

Bicho Mineiro

Considerada por produtores e cientistas a pior praga dos cafezais, o bicho mineiro (Leucoptera coffeella) está mais conhecido da ciência. Isso porque uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) acaba de anunciar a geração de dados do genoma completo desse inseto, responsável por comprometer a qualidade dos grãos e de gerar perdas entre 30% e 70% da produção.

Até agora, um dos maiores obstáculos para o seu controle era a escassez de informações mais detalhadas sobre a sequência genômica do inseto-praga. Uma minúscula mariposa de apenas um milímetro de comprimento. Por isso, a dificuldade em driblar o mecanismo de resistência do bicho mineiro aos inseticidas disponíveis no mercado que, além de funcionarem apenas por uma ou duas safras (tempo suficiente para a praga se tornar resistente), acabam impactando o meio ambiente.

Para conhecer melhor não só o comportamento da mariposinha, que na fase de lagarta devora uma planta inteira sem dificuldade, os pesquisadores passaram a trabalhar com os dados do genoma (conjunto completo dos genes da praga) e transcriptoma do inseto (genes em uso pelo inseto), analisando órgãos, tecido ou linhagem celular. Essas informações permitirão, a partir de agora, estudos moleculares de genes alvo para controle da praga.


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