Plataforma vai reduzir riscos no mercado de compras de café

Plataforma vai reduzir riscos no mercado de compras de café

Sistema desenvolvido por meio de uma parceria do Cecafé e Serasa Experian vai trazer mais transparência com informações de produtores

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Uma nova plataforma deve ajudar a reduzir riscos nas compras de café e trazer mais transparência ao mercado. A novidade é fruto de uma parceria entre a Serasa Experian e o o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

O acordo é fechado no momento em que as lavouras do Brasil sofrem com uma seca prolongada e com efeitos das geadas de junho e julho. Como consequência, poderá haver queda na produção no ano que vem.

Mas, a elaboração do sistema começou no primeiro semestre. Ou seja, antes das geadas, que elevaram os temores sobre uma maior redução do potencial da safra brasileira em 2022.

De acordo com o Cecafé informou à Reuters, a plataforma já teve a adesão de compradores que representam mais de 70% do mercado, como exportadores e cooperativas.

Preocupação

Mas, apesar das preocupações sobre cumprimento de contratos diante de safras menores do que o esperado este ano e em 2022, à Reuters, o diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, minimizou o tema. Ele disse que o setor não tem registro de descumprimento de contratos.

“Não temos casos de inadimplência, o que sabemos é de alguns movimentos lá na base, algumas lideranças…”, disse à Reuters Matos. Ele ainda citou que há apenas algumas falas de integrantes do setor produtivo de que, diante da forte alta dos preços, os cafeicultores deveriam buscar renegociação.

Preços

Conforme a expectativa sobre a produção brasileira diminui, o preço do café arábica subiu cerca de 70%. Isto no acumulado do ano e atualmente está sendo negociado a mais de R$ 1 mil a saca de 60 kg, segundo dados do Cepea.

Ainda conforme a reportagem de Roberto Samora, o sistema, do Cecafé e da Serasa, visa preservar a solidez dos contratos futuros e a termo de café –neste último caso, quando os agricultores se comprometem a vender a safra antes mesmo da colheita, por meio de alguma antecipação de pagamento ou mesmo via “barter”, na qual o agricultor brasileiro comumente acerta o recebimento de insumos em troca do compromisso de venda futura.

Como vai funcionar

A Serasa Experian vai operar a plataforma, que funcionará por meio de informações. Os dados virão por associados do Cecafé que aderirem ao projeto. Haverá, sobretudo, cumprimento da legislação, especialmente a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Com essas informações, os compradores poderão saber, por exemplo, se eventualmente um produtor vendeu mais do que tem capacidade de produzir ou de ofertar. Assim, reduzindo riscos nos negócios para a cadeia produtiva.

O diretor do DataLab e responsável pelas ações voltadas ao agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, explicou que o sistema garante o segredo comercial, mas compartilha informações “para que se possa criar uma reputação do produtor rural frente ao mercado”.


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