Preço de venda do café supera a inflação dos custos de produção

Preço de venda do café supera a inflação dos custos de produção

Segundo o Centro de Inteligência em Gestão e Mercados da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA) a alta de julho de 2021 supera anos anteriores

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As geadas e a seca nas regiões produtoras de café afetaram a oferta dos grãos. O resultado já pode ser observado no preço de venda do café, que supera a inflação dos custos de produção.

As informações são do Centro de Inteligência em Gestão e Mercados da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA). Nesse sentido, o centro calculou o Índice de Preços Pago pelo Produtor de Café (IPPcafé) e o Índice de Preço Recebido pelo Produtor (IPRcafé). Isto com dados do Projeto Campo Futuro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

De acordo com os pesquisadores, na análise da série histórica, o IPRcafé ficou acima do IPPcafé de dezembro de 2015 a agosto de 2018, e de julho de 2020 a julho de 2021. Assim, atingindo maior valor justamente no último mês.

Ou seja, esse comportamento dos preços é bom para o produtor, uma vez que os reajustes dos preços de venda do café são superiores aos dos custos de produção.

Preço de venda do café supera inflação

O professor Luiz Gonzaga de Castro Junior, coordenador do CIM/UFLA, diz que, no entanto, a valorização de preço não garante uma melhor safra a todos. 

“Nesse caso, observamos duas situações: aqueles produtores que tiveram quebra de safra e, portanto, contabilizam os prejuízos causados. E, também, aqueles que mantiveram sua safra e agora vão obter um aumento no preço acima da inflação de custos.”

Ele explica, ainda, que além das geadas e irregularidade das chuvas, a bienalidade negativa e a desvalorização cambial ajudaram a aumentar a competitividade do café fora do Brasil.

Em comparação aos últimos três anos, o relatório aponta que de janeiro a julho de 2021, o IPRcafé e o IPPcafé apresentaram valores superiores aos demais. Assim, os dois índices cresceram, mas com velocidade maior para o IPRcafé.

Arábica e conillon

Em relação às espécies, o arábica, responsável por mais de 70% do café produzido no Brasil, segue as mesmas trajetórias dos índices nacionais.

Entre seus estados produtores, o destaque positivo é para o Espírito Santo, onde IPRcafé ficou acima do IPPcafé em praticamente toda a série. Já os destaques negativos foram para São Paulo e Bahia.

Já o café conillon teve mais oscilações quando comparado aos índices do arábica. Apresentou dois períodos favoráveis aos produtores: agosto de 2015 a agosto de 2018 e outubro de 2020 a julho de 2021.

Ao se observar os três últimos anos, é possível notar que o ano de 2020 foi ruim para o produtor, pois os valores do IPPcafé ficaram acima do IPRcafé até setembro, passando a ser favorável de novo em 2021.


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